Favelização é um reflexo direto da desigualdade urbana no Brasil. As capitais brasileiras são retratos concentrados de problemas sociais, estruturais e históricos. A seguir, apresentamos um ranking com as 27 capitais, organizadas pelo percentual de domícilios ocupados em aglomerados subnormais, com análise contextual de cada uma.
O que são aglomerados subnormais (favelas)?
Termo técnico para áreas com habitações precárias sem legalização, falta de infraestrutura, riscos ambientais e falta de serviços públicos. Importante diferenciar favelas formadas há décadas e ocupações recentes e precárias.
🧱 Essas zonas concentram vulnerabilidades: acesso limitado à água, saneamento, transporte, saúde e educação. Ao mesmo tempo, são territórios com cultura própria.
Metodologia e fonte dos dados
Utilizamos dados do IBGE e estudos de urbanismo. Estatísticas incluem:
Número de domicílios ocupados em favelas
Percentual em relação ao total de domicílios de cada capital
O critério é técnico, mas a análise busca humanizar os números, entendendo narrativas por trás dos dados.
📝 Ranking das Capitais Brasileiras por Favelização
1ª – Belém (Pará) — 57,1% (235.157 domícilios)
Cidade atravessada por ribeirinhos, com ocupações históricas e crescimento sem infraestrutura.
2ª – Manaus (Amazonas) — 55,8% (339.801)
A capital amazônica cresceu sobre águas e encostas, com população migrante e pouco investimento urbano.
3ª – Salvador (Bahia) — 34,9% (404.598)
Uma das maiores populações em favelas. Impacto do racismo estrutural e falta de moradia digna.
4ª – São Luís (Maranhão) — 33,2% (116.489)
Expansão acelerada sem estrutura básica e alta desigualdade regional.
5ª – Macapá (Amapá) — 26,9% (33.203)
Pequena mas favelizada, com ocupações recentes e infraestrutura deficiente.
6ª – Recife (Pernambuco) — 23,7% (129.578)
Favelas históricas e comunidades palafíticas marcam o centro e periferias.
7ª – Fortaleza (Ceará) — 22,9% (197.158)
Concentra favelas antigas, com urbanização parcial e desafios com violência.
8ª – Teresina (Piauí) — 21,8% (60.892)
Urbanização desorganizada e alta dependência de programas sociais.
9ª – Vitória (Espírito Santo) — 21,0% (27.046)
Apesar de pequena, possui áreas críticas com alto adensamento.
10ª – Rio de Janeiro (RJ) — 20,8% (507.540)
Favelas icônicas e crônicas, entre morros e zonas urbanizadas.
11ª – Natal (RN) — 18,6% (50.350)
Favelização periférica e vulnerabilidade em morros e dunas.
12ª – Porto Velho (Rondônia) — 16,5% (25.020)
O crescimento urbano acelerado sem infraestrutura.
13ª – Aracaju (Sergipe) — 16,4% (35.900)
A capital menor também sente os efeitos da urbanização precária.
14ª – Maceió (Alagoas) — 15,5% (51.947)
Favelas urbanas à beira de manguezais e zonas alagadiças.
15ª – São Paulo (SP) — 13,6% (587.061)
A maior população absoluta em favelas. Diversidade e resistência nos territórios.
16ª – Rio Branco (Acre) — 13,2% (16.397)
Pequena capital com problemas habitacionais graves.
Urbanização em parte bem-sucedida, mas com bolsões de pobreza.
20ª – Cuiabá (MT) — 10,5% (24.359)
Expansão informal acelerada e ocupações irregulares.
21ª – Palmas (Tocantins) — 9,0% (9.491)
A capital mais nova ainda forma zonas de exclusão.
22ª – Florianópolis (SC) — 6,7% (14.780)
A desigualdade territorial é mascarada por altos padrões de turismo.
23ª – Brasília (DF) — 6,3% (61.784)
As “ocupas” e periferias crescem fora do plano piloto.
24ª – Curitiba (PR) — 6,2% (42.238)
Apesar da fama de urbanismo, enfrenta favelas consolidadas.
25ª – Boa Vista (Roraima) — 3,7% (4.411)
Menor volume, mas em crescimento com imigração.
26ª – Goiânia (GO) — 1,6% (8.967)
Baixa favelização, mas aumento recente de ocupações.
27ª – Campo Grande (MS) — 0,8% (2.644)
Menor percentual, com potencial para erradicação de favelas.
💡 Conclusão
Esses dados revelam não apenas onde há mais favelas, mas onde a desigualdade é mais crônica. A urbanização do Brasil precisa de um pacto nacional que una governos, sociedade civil e cidadãos.
A pergunta que fica: o que você pode fazer para contribuir com uma cidade mais justa?
🤝 Interação com o leitor
Você mora em alguma dessas capitais? Já teve contato com áreas de favelização? Como percebeu o impacto na cidade? Comente abaixo — a sua experiência é essencial para fortalecer essa análise. 😣🏩